O conceito de acessibilidade está diretamente associado à possibilidade de acesso e utilização de forma autônoma de um determinado ambiente por pessoas sem ou com deficiência ou mobilidade reduzida. Em relação a um ambiente podemos nos referir a dois tipos principais de acessibilidade: a acessibilidade arquitetônica inerente à edificação construída ou física no caso de um espaço livre urbano.
A mobilidade é considerada como um atributo dos ambientes no que se refere à propriedade de deslocamentos de pessoas e bens num determinado espaço. O deslocamento é realizado através de meios tais como rampas, escadas, elevadores, veículos, vias, calçadas e envolve toda uma infraestrutura que possibilite a circulação horizontal e vertical das pessoas de forma segura e adequada aos diferentes biotipos da população e meios utilizados.
A ergonomia trata da relação entre as atividades físicas executadas e as características da anatomia do ser humano, ou seja, sua fisiologia, antropometria e biomecânica. Busca melhorar e facilitar a relação e o uso do Homem de máquinas, equipamentos, ferramentas, edificações, utensílios, veículos, móveis e demais objetos.
Entende‐se por conforto ambiental o conjunto de características ou elementos capazes de fornecer boas condições térmicas, lumínicas, ergonômicas e acústicas que satisfaçam as necessidades humanas através de técnicas passivas no ambiente construído e atentando também para a preocupação com a segurança pessoal.
Atualmente o grande desafio para os técnicos e especialistas destas quatro áreas do conhecimento é proporcionar às populações melhores condições de acessibilidade e mobilidade associadas a ergonomia e conforto.
Em edificações com grande fluxo de pessoas a percepção de boas condições de acesso, mobilidade, facilidade no uso de móveis e equipamentos bem como da sensação de conforto não podem ser subjetivas, mas sim um resultado de estudo de Engenharia e Arquitetura combinados para atender às necessidades de pelo menos 90% deste público de forma natural e com impacto positivo na percepção das pessoas sobre o local frequentado.
Fatores como alteração de legislação e normas e também a expansão do número de pessoas que utilizam ou frequentam um determinado ambiente ou espaço público podem demandar mudanças ou melhorias nas suas instalações para poder atender novas demandas e necessidades especiais ou específicas geradas.
Por outro lado, um ambiente bem projetado que proporciona conforto e facilidade de acesso, circulação e uso tem um efeito positivo no comportamento das pessoas, resultando em maior produtividade e grau de satisfação como por exemplo em escolas, prédios públicos, locais de lazer, shopping centers, hospitais, fábricas, clubes, aeroportos, condomínios, estádios e outras edificações similares. Além disso, atende de forma consciente a tão importante e relevante política do governo brasileiro de inclusão social capitaneada pelo Ministério da Cidadania (Decreto 5246/2004).
Os usuários de uma edificação estão ativamente envolvidos nestes ambientes agindo tanto como sensores quanto atuadores humanos. Sua percepção sobre as condições no ambiente os motiva a consumir, interagir, trabalhar, visitar e a continuar frequentando o local.
De acordo com a norma técnica NBR 9050:2020 a acessibilidade ambiental se refere à possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
O conforto e a ergonomia são tratados sob o ponto de vista de desempenho de edificações pela norma técnica NBR 1575-1:2013 e regulamentadora NR-17/2021.
Porém é importante ressaltar que, além das normas e legislações aplicáveis, não podemos considerar que os efeitos e causas dos conceitos aplicados de acessibilidade, ergonomia e conforto ocorrem apenas de forma isolada, pois frequentemente há interação e sobreposição entre eles nos ambientes públicos. E esta é a razão pela qual uma inspeção visando avaliar o nível de adequação e conformidade de uma edificação deve analisar de forma integrada e detalhadamente o atendimento total, parcial ou nulo de elementos e itens que fazem parte das normas e disciplinas de acessibilidade e mobilidade, ergonomia e conforto.
A figura abaixo mostra a inter-relação entre estas áreas e como há efeitos e ações que ocorrem simultaneamente afetando o ambiente. Por exemplo um sanitário pode ter uma excelente condição de acesso e de circulação (mobilidade), mas também precisa de equipamentos e mobiliário que sejam ergonômicos (bem adaptados para a anatomia humana) e que ofereçam um nível de conforto perceptível de forma natural pelo usuário.
O acesso e a circulação em instalações, emprego de mobiliário e equipamentos, condições ambientais, condições sanitárias bem como a segurança devem também levar em conta as necessidades especiais de pessoas portadoras de deficiência (PCD).
Um laudo completo de acessibilidade, mobilidade, ergonomia e conforto precisa abranger todas estas quatro funções e deve inspecionar e descrever com imagens, medidas e projetos as características encontradas principalmente em:
– Estacionamentos
– Acessos
– Circulação horizontal
– Circulação vertical
– Acabamento e relevo de pisos
– Equipamentos e mobiliários
– Conforto físico, acústico e térmico
– Conforto tátil
– Conforto antropodinâmico
– Instalações sanitárias
– Áreas de permanência
– Sinalização visual, tátil e sonora
Muitas vezes os elementos que fazem parte de cada uma destas quatro funções acabam por influenciar outras áreas como, por exemplo, a segurança das pessoas que frequentam a edificação.
A figura a seguir ilustra como exemplo a forte relação entre condições de conforto e ergonomia que precisam ser plenamente atendidas nos ambientes e os riscos de acidentes ou até de doenças relacionadas à exposição dos usuários a condições inadequadas.
O trabalho técnico de engenheiros e arquitetos para avaliar a acessibilidade e o conforto começa a partir de uma vistoria técnica, através da qual torna-se possível a compilação de dados coletados e a realização de um diagnóstico sobre as condições da edificação nos quatro quesitos e a emissão de um laudo técnico de acessibilidade e mobilidade, ergonomia e conforto.
Outro componente importante que um bom laudo de acessibilidade deve contemplar é o engajamento e participação direta dos usuários da edificação para que, através de modernos métodos de pesquisa, possam ser coletados os níveis de satisfação dos usuários de um ambiente quanto ao acesso, circulação, uso e conforto.
O conjunto de informações coletadas nos permite no diagnóstico constatar diversas origens para os problemas encontrados, bem como medidas para sua solução. Também é preciso fazer uma previsão e um planejamento das futuras intervenções de correção e adequação que venham a ser necessárias como resultado do diagnóstico.
A PROCONGER tem em sua equipe profissionais com pós-graduação em Acessibilidade e Conforto e seis anos de experiência na realização de laudos com diagnósticos de acessibilidade, mobilidade, ergonomia e conforto de diferentes tipos de edificações e espaços públicos.
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